far out

2 de fevereiro de 2008

bird talk

compreendes a razão que me leva a não ter nenhuma? este diálogo inexistente, com o mundo, que apresento desta forma, já a meio, é o fruto dos incontáveis - para que não desperdice mais tempo - pensamentos, varridos pelo vento para debaixo da interpretação verbal que o meu cérebro tenta ainda harmonizar. triste e serena, sem vontade, a ideia que tenho dos monstros é carinhosa e afável, longe dos sustos a que obriga a normalidade. esta ideia é como outra qualquer que eu tenha: deita-se com frio à noite e acorda dormente e esfomeada, sem ter solução nem resolução para tal. sento-me, cubo, a olhar o precipício, sobre uma das faces - a que me interesse esconder naquele momento. e no fim, que chega sempre depressa, pois o tempo disponível nunca é muito para que nos espraiemos em deambulações mais perigosas, esboço um sorriso quando me lembro de todos os que achavam que sorri sempre por simpatia.


Bird Talk, de Lee Krasner
imagem: Bird Talk de Lee Krasner

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