bird talk
compreendes a razão que me leva a não ter nenhuma? este diálogo inexistente, com o mundo, que apresento desta forma, já a meio, é o fruto dos incontáveis - para que não desperdice mais tempo - pensamentos, varridos pelo vento para debaixo da interpretação verbal que o meu cérebro tenta ainda harmonizar. triste e serena, sem vontade, a ideia que tenho dos monstros é carinhosa e afável, longe dos sustos a que obriga a normalidade. esta ideia é como outra qualquer que eu tenha: deita-se com frio à noite e acorda dormente e esfomeada, sem ter solução nem resolução para tal. sento-me, cubo, a olhar o precipício, sobre uma das faces - a que me interesse esconder naquele momento. e no fim, que chega sempre depressa, pois o tempo disponível nunca é muito para que nos espraiemos em deambulações mais perigosas, esboço um sorriso quando me lembro de todos os que achavam que sorri sempre por simpatia.
imagem: Bird Talk de Lee Krasner
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